Era dia 24 de novembro de
1986 quando o casal José Ademir Braz, de 67 anos, e sua mulher, Maria Ilda de
Fátima, de 62, entraram oficialmente na fila da moradia de São Paulo. Eles se
inscreveram na Cohab (empresa municipal de habitação), em um posto na praça do
Patriarca. "Paguei uma taxa, me deram o formulário e disseram para
esperar", conta José Ademir, hoje aposentado. Mas o casal não está sozinho
nesse espera, pelo contrário. De acordo com matéria da Folha de S. Paulo, no
site da secretaria municipal da Habitação, há uma lista com dezenas de
paulistanos que esperam pela casa própria há mais de 25 anos. O cadastro
da prefeitura foi atualizado no último ano. Se sobre descaso por parte do
governo, sobra a solidariedade dos familiares. "Hoje moramos na casa de
uma parente, na Cidade Tiradentes, zona leste. Mas é uma situação insegura,
porque a hora que ela precisar pedir a casa, ficaremos na rua",
lamenta Maria. Ainda segunda a Folha, mesmo com baixa renda, o casal não
é mais prioridade nos projetos de moradia que subsidiam as casas, a
exemplo do Minha Casa, Minha Vida. Mulheres que são chefes de família,
moradores de áreas de risco ou pessoas que pagam aluguel alto em relação à
renda foram para o topo da lista de espera. "Pelo jeito, minha casa
própria vai ser só o meu caixão", brinca José Ademir. Procurada pela
reportagem, a Prefeitura de São Paulo afirmou que a família Braz foi
selecionada para uma moradia em 2008. O caso, diz, foi enviado à Caixa para que
o financiamento fosse feito. A família, porém, nunca foi avisada da seleção
