Enviado recentemente ao Congresso Nacional em formato de Medida
Provisória (MP), o Novo Ensino Médio é alvo de polêmica. Por um lado, entidades
ligadas à educação dizem que o debate da proposta fica prejudicado pela
imposição de uma MP e, por outro, o governo afirma que a questão já era debatida
desde 2013 no Congresso, sob forma de projeto de lei e que não avançou. A MP
vem para dar celeridade à reforma da etapa mais crítica do ensino básico, onde
há altas taxas de abandono e baixo desempenho. No dia do professor, a Agência Brasil conversou com professores contrários e
favoráveis ao modelo proposto na MP. Cleverson Lino Batista, professor de
filosofia, ética e sociologia do ensino médio no Colégio São Pedro do Vaticano
e do ensino fundamental na Rede Coleguium, ambas escolas particulares em Belo
Horizonte, diz que a MP é positiva ao trazer o ensino técnico ao ensino médio.
"É muito importante, principalmente para os mais pobres. É uma
oportunidade de inserção no mercado de trabalho". Para ele, outro ponto
positivo é a possibilidade do estudante escolher a trajetória de ensino. Sobre
a possibilidade de sociologia, filosofia, artes e educação física deixarem o currículo
obrigatório do ensino médio, o professor diz que não acredita que isso ocorra.
Pela MP, os componentes curriculares obrigatórios, além de português e
matemática, serão todos definidos na Base Nacional Comum Curricular, atualmente
em discussão. "Eu creio que esses conteúdos dificilmente deixarão de
compor o ensino médio. Pelo que acompanhei da Base, as disciplinas estarão
contempladas", diz. Para a professora do Colégio Estadual do Paraná, em Curitiba,
Elisane Fank, a proposta poderá levar a uma precarização do ensino, com a
ênfase maior em uma formação tecnicista em oposição a uma formação crítica dos
estudantes. "Recebemos a MP como uma forma
bastante autoritária. Estávamos participando dos debates do projeto de lei da
reforma. Não havia consenso sobre a reforma do ensino médio, mas havia debate.
Os professores, por meio dos sindicatos e escolas, estavam se posicionando.
Esse debate foi totalmente interrompido", diz.
Reginaldo Monteiro

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