A terceira derrota
consecutiva em Minas do grupo político liderado pelo senador e presidente
nacional do PSDB, Aécio Neves, foi um balde de água fria às pretensões do
tucano ao Palácio do Planalto em 2018. Com o correligionário João Leite vencido
nas urnas pelo empresário Alexandre Kalil (PHS), o neto do ex-presidente
Tancredo Neves, que assedia pelo menos desde 2010 a cadeira hoje ocupada por
Michel Temer (PMDB), mostrou que perdeu definitivamente a influência que
exercia na política mineira. É certo que o PSDB foi o grande vencedor nas urnas
em todo o país, fato exaltado nesse domingo (30) por Aécio ao acompanhar o
afilhado político na votação em Belo Horizonte. “Uma segunda onda azul está
tomando conta do país, assim como já tinha acontecido no primeiro turno. O PSDB
será, na história do Brasil, o partido político que governará o maior número de
brasileiros”, disse o líder tucano em entrevista, ao ignorar a votação na
capital mineira. O bom desempenho do PSDB nas urnas, no entanto, é atribuído a
um dos principais adversários de Aécio dentro do partido, o governador de São
Paulo, Geraldo Alckmin, que briga pela vaga de candidato à Presidência em 2018,
junto com José Serra. Foi o apoio de Alckmin que garantiu a vitória esmagadora
do empresário João Doria no primeiro turno em São Paulo, o maior colégio
eleitoral do país. “Aécio Neves sai extremamente enfraquecido dessas eleições.
Ele precisava da Prefeitura de Belo Horizonte para competir com as alas
paulistas do PSDB e ganhar apoio para se lançar candidato a presidente”,
afirmou o cientista político Thiago Silame, pesquisador do Centro de Estudos
Legislativos da UFMG e professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV).
(IG)