16 julho 2016

TURQUIA: Tentativa de golpe de Estado é repelida

O ministro do Interior da Turquia, Efkan Ala, afirmou nesta sexta-feira (15) que a tentativa de golpe de Estado no país foi repelida pelas forças leais ao presidente Recep Tayyip Erdogan e ao primeiro-ministro Binali Yildirim. De acordo com Ala, os líderes da revolta foram presos e a situação agora está "sob controle". No final desta noite, o presidente Erdogan - que aterrissou no aeroporto de Istambul, onde foi recebido por uma grande aglomeração de apoiadores - confirmou que a tentativa de golpe de Estado na Turquia foi derrotada. O golpe teria sido liderado pelo oficial Muharrem Kose, removido do Estado-Maior em março passado, mas Erdogan acusou o movimento Gülen, liderado pelo clérigo exilado nos Estados Unidos Fethullah Gülen, de estar por trás da revolta. Gülen, que nega qualquer envolvimento, lidera uma ampla organização que se diz laica, mas prega uma vertente moderada do Islamismo. Considerado um dos muçulmanos mais influentes no mundo, o clérigo era aliado do presidente, mas rompeu com ele em 2013, após o governo ter fechado instituições de ensino gülenistas. O Estado-Maior do Exército da Turquia havia anunciado no início da noite desta sexta-feira (15) a tomada do controle do país. "Para recuperar nossos direitos humanos, constitucionais e democráticos, estamos oficialmente assumindo o controle", dizia uma declaração da ala das Forças Armadas responsável pela revolta. "Ainda sou presidente da Turquia e comandante-em-chefe. Resistam ao golpe de Estado nas ruas e nos aeroportos", disse o mandatário, por meio de um vídeo transmitido via smartphone, após o anúncio do golpe. Durante toda a revolta seu paradeiro era desconhecido, mas logo após o anúncio da vitória governista ele aterrissou em Istambul. Apesar da derrota dos golpistas, a crise na Turquia pode ter efeitos incalculáveis. O país faz fronteira com a Síria e integra a coalizão internacional contra o Estado Islâmico. Além disso, faz parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), principal aliança militar do planeta. Na política interna, Erdogan pode ganhar o argumento ideal para seguir seu processo de concentração de poder e de repressão a grupos adversários.
(Band)
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