Os senadores da base aliada de Temer indicaram funcionários de carreira
do Tesouro Nacional como testemunhas de acusação na comissão do impeachment. Os
depoimentos, entretanto, foram vistos de forma positiva pelos aliados de Dilma,
que elogiaram os servidores. Já era madrugada desta quinta-feira (9) quando o
coordenador-geral de operações de crédito (Copec) do Tesouro Nacional, Adriano
Pereira de Paula, pôde responder às questões dos senadores. Adriano afirmou que
toda a quitação do passivo de 2015 foi feita até 28 de dezembro, ou seja,
dentro do exercício e em conformidade com a Lei de Responsabilidade Fiscal. O
funcionário do Tesouro disse que houve restos a pagar em 2016, mas que eram
tecnicamente possíveis. Adriano também afirmou ser plausível dizer que o valor
do Plano Safra não seja definido por um único integrante do governo federal, ou
seja, retirando a autoria da presidente afastada Dilma Rousseff da operação de
crédito chamada de pedalada fiscal. As declarações do servidor do Tesouro foram tão satisfatórias
para a defesa José Eduardo Cardozo parabenizou a testemunha da acusação e não
quis fazer a ele nenhuma outra pergunta. Já o secretário-adjunto do
Tesouro Nacional, Otávio Ladeira, foi a última testemunha do dia. Ele confirmou
que, em 2013, a equipe do órgão identificou problemas fiscais, mas não fez
nenhum encaminhamento especial para a presidente Dilma.
(IG)