O presidente em exercício, Michel Temer, aceitou o pedido de demissão do
ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves. A informação foi confirmada na
tarde desta quinta-feira (16) pela assessoria do Palácio do Planalto.
A gota d'água foi a nova revelação sobre a delação do ex-presidente da
Transpetro Sérgio Machado ao Ministério Público Federal, no âmbito da Operação
Lava Jato. O ex-presidente da Transpetro diz ter pago a Henrique Alves R$ 1,55
milhão. Alves já estava na mira do governo por conta do acúmulo de notícias
negativas contra o peemedebista e interlocutores do presidente em exercício já
pressionavam pela sua saída, alegando que a permanência dele no cargo,
contrariava a fala de Temer de que, surgindo denúncias, a autoridade atingida
deveria pedir demissão do cargo. As denúncias de Sérgio Machado, no entanto,
atingem grande parte da cúpula do PMDB e até o presidente Temer que, mais cedo,
convocou a imprensa para rebater as denúncias e acusá-las de "criminosas,
mentirosas e irresponsáveis". Temer, que está "muito irritado"
com as acusações, chegou a dizer que "alguém que teria cometido aquele
delito irresponsável que o cidadão Machado apontou não teria até condições de
presidir o País". A saída de Henrique Alves serve como uma espécie de
válvula de escape para Temer, que estava sendo alvo de críticas por manter o
ministro do Turismo no cargo. Com isso, seria uma espécie de "vão-se os
anéis e ficam os dedos".
(IG)