É "crítica" a
situação do advogado-geral da União, Fábio Medina Osório, que poderá se tornar,
ainda neste sábado (4), o terceiro auxiliar importante do presidente em
exercício Michel Temer a perder o cargo no novo governo. Fábio Osório criou
inúmeros embaraços para o Planalto desde que assumiu seu posto e já perdeu o apoio
até mesmo do seu padrinho político, o também gaúcho ministro da Casa Civil,
Eliseu Padilha. O governo atribuiu a ele vários dos embaraços que está
enfrentando nos últimos dias, inclusive em relação à "errada
estratégia" usada no caso da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) cuja
presidência foi devolvida a Ricardo Melo, na última quinta-feira (2), por meio
de uma liminar concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias
Toffoli. De acordo com auxiliares do presidente, neste caso da EBC, ele cometeu
pelo menos dois erros que estão custando caro ao governo. Primeiro demoveu o
Planalto da ideia de editar, de imediato, a Medida Provisória, que modificaria
o estatuto da empresa, acabando com o mandato de quatro anos do seu titular e
reduzindo o poder do conselho curador da EBC, que é composto por 22 membros
designados pelo Presidente da República, sendo 15 deles da sociedade civil. Os
problemas começaram assim que ele assumiu o cargo. Sem consultar Temer ou
Padilha, Fábio Osório questionou a atuação do seu antecessor, José Eduardo
Cardozo, na defesa da presidente afastada, Dilma Rousseff, na fase inicial do
processo de impeachment. Abriu, assim, uma frente de batalha que o governo
considerava, desnecessária, naquele momento. Criou também problemas com a
Polícia Federal e com o Ministério Público, duas frentes que o governo queria
se manter neutro, sem criar marolas. Acabou gerando uma fonte de atrito do
Planalto com estes setores, desagradando a Temer.
(Estadão Conteúdo)