O nome com a letra A e ter nascido e,
consequentemente, sido eleito pelo estado do Rio Grande do Sul formaram uma
combinação perfeita para o deputado Afonso Hamm (PP-RS) viver, no próximo
domingo, aqueles que poderão ser considerados os seus dez maiores segundos de
fama, em 20 anos de carreira política. Pelo rito definido na segunda-feira na
Câmara, o parlamentar será o primeiro a se pronunciar na votação do impeachment
da presidente Dilma Rousseff no plenário da Casa: dirá sim à continuidade do
processo de afastamento. Em seu terceiro mandato, o empresário rural de Bagé é,
desde março do ano passado, um dos parlamentares investigados no Supremo
Tribunal Federal (STF), por suspeitas de envolvimento no esquema de corrupção
na Petrobras, revelado na Operação Lava-Jato. Hamm
foi citado em delação premiada do doleiro Alberto Youssef como um dos deputados
que teriam feito parte de um grupo de menor expressão do PP, que recebia entre
R$ 30 mil e R$ 150 mil como cota no esquema. Em junho do ano passado, o
parlamentar prestou esclarecimentos sobre a denúncia na Procuradoria Geral da
República (PGR). Na segunda-feira, após presidir, durante a tarde, a sessão de
leitura do relatório da comissão de impeachment em plenário, Hamm disse não
temer as investigações, que espera que sejam arquivadas.
(O Globo)