Já diziam os sábios que uma boa noite de sono faz milagres e como as
pessoas passam 1/3 das vidas dormindo, a qualidade do sono é um fator essencial
quando se deseja ter uma vida saudável. Ao dormir o corpo entra em um estado
muito importante, relaxando e descansando a musculatura, fortalecendo o sistema
imunológico entre outras funções que agem semelhantes a uma restauração do
organismo. Para quem possui o Transtorno de Déficit de Atenção e
Hiperatividade, ter uma boa noite de sono é duplamente importante e o médico
psiquiatra pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo Dr. Mario
Louzã explica o motivo, “o desempenho físico e mental está diretamente
relacionado ao sono. Quem possui TDAH é naturalmente agitado e tem dificuldade
em focar sua atenção, e quando há falta de sono é ainda pior, pois causa queda
de rendimento da atenção, que já é prejudicada no TDAH”. Segundo o psiquiatra,
quem possui TDAH não tratado tem a tendência de dormir e acordar em um horário
mais tarde que o comum, o que não corresponde ao ciclo de horário aceito
socialmente. “Para todos nós a privação de sono é ruim, se você vai deitar mais
tarde e no dia seguinte acorda cedo, você rende menos e se sente cansado. Você
fica fazendo esforço para tocar o dia e prestar atenção nas atividades
cotidianas. No caso de quem tem TDAH, existe esse agravante, porque a pessoa já
tem naturalmente uma defasagem de sono”, explica o especialista. Para facilitar
o processo de indução ao sono, o Dr. Mário indica, “Se você quer dormir, você
precisa de um ambiente escuro, relaxante, confortável, com a temperatura
adequada. No ambiente escuro você começa a produzir melatonina que é indutora
de sono. É bom evitar atividades que estimulam o cérebro, não comer em excesso,
não deixar a TV ligada, e não ingerir bebidas alcoólicas, café e chá”. As
medidas ajudam quem precisa determinar um momento e encerrar as atividades da
noite para que o cérebro se recupere. É durante o sono que o cérebro se
reorganiza, consolida memórias e se prepara para o dia seguinte. Para quem
pratica atividades físicas no período noturno, o Dr. Mário pondera que existem
pessoas que se sentem relaxados após a atividade, outras ficam mais agitadas
ainda, “depende muito do exercício e do organismo de cada um, é preciso testar
e avaliar se o exercício noturno relaxa ou desperta o indivíduo. Se despertar é
preciso alterar o período de exercícios, para manhã ou tarde. Existem casos que
mesmo com todas as ações para ter um sono melhor, é necessário recorrer a
medicações específicas para auxiliar na indução do sono. Converse sempre com o
seu médico e ele indicará a melhor opção a você”, complementa o especialista.
19 janeiro 2016
Reginaldo Monteiro

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