A operação realizada na manhã desta terça-feira (15), que
incluiu buscas na residência oficial do presidente da Câmara, deputado Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), é fruto de uma investigação contra o peemedebista por suposto
uso do cargo para benefício pessoal e tentativa de atrapalhar investigações. Se
os investigadores avaliarem que provas recolhidas hoje entre documentos e
aparelhos eletrônicos confirmam as suspeitas iniciais, a Procuradoria-Geral da
República (PGR) pode pedir o afastamento de Cunha do cargo. Cunha já é alvo de
duas outras investigações perante a Corte. A primeira, na qual já foi
denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por corrupção
passiva e lavagem de dinheiro. A segunda se refere à existência de contas
ocultas na Suíça, das quais o parlamentar seria beneficiário. O inquérito
tramita no Supremo Tribunal Federal desde novembro de forma oculta e só veio à
tona nesta terça-feira (16), com a realização da operação. Os investigadores
apuram o uso de três frentes por Cunha na manipulação do cargo para realizar
manobras, com ajuda de aliados, e obter vantagens pessoais: a tentativa de
atrapalhar as investigações, o proveito pessoal financeiro - como venda de
requerimentos e medidas provisórias -, e outros tipos de vantagens do cargo.
(Bol)