Ao justificar ao STF (Supremo Tribunal Federal) o pedido de
afastamento do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, classificou o presidente da Câmara de
"delinquente", disse que ele transformou a Casa em um "balcão de
negócios" e fez "utilização criminosa das prerrogativas
parlamentares". Janot apontou ainda "manobras espúrias" do
peemedebista para atrapalhar as investigações contra ele no esquema de
corrupção da Petrobras e o andamento do processo de cassação na Câmara e também
sustentou que o parlamentar e seus aliados tentam "intimidar quem ousou
contrariar seus interesses". Para a Procuradoria, Cunha ultrapassou
"todos os limites aceitáveis". O pedido de afastamento de Cunha só
deve ser analisado em fevereiro, após o STF encerrar o recesso do Judiciário. "Está já demonstrado -e ora se ratifica- que a
utilização da Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados pra
pressionar Júlio Camargo não foi algo episódico, mas sim apenas mais uma
conduta ilícita para proteção dos delinquentes envolvidos nos fatos, inclusive
do próprio deputado federal Eduardo Cunha", diz o procurador.
(O Tempo)