A AUÁ
Arquitetos - que possui projetos sendo executados em Pederneiras -, composto por Diogo
Cavallari, Isadora Marchi, Paulo Catto Gomes e o pederneirense Victor Berbel Monteiro, profissionais
oriundos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, vai inaugurar no
próximo dia 14 em Maringá (PR), um novo escritório. Já são quase três anos de
trajetória juntos. Uma conquista importante, um passo decisivo para o qual se
torce pelo sucesso.
Enraizou-se nesses jovens
arquitetos, fruto de discussões, discordâncias e acordos, uma visão de
arquitetura que vai muito além de apenas debruçarem-se sobre um projeto. Li
certa vez, que desde sempre são profissionais cuja área de atuação toca
outros campos da atividade e do conhecimento humanos, como a engenharia, a
arte, a física, a filosofia e, inclusive, a neurociência. Um texto
recente e interessante, elaborado pelas cabeças que dão caminho à AUÁ, chama atenção. Daí
porque, vale descrevê-lo na íntegra:
“A arquitetura muda as coisas.
Inventa, inverte, quebra, constrói e desconstrói. Afinal, projetar é jogar à
frente, lançar ideias sobre o que será, imaginar
com liberdade o futuro possível. Por outro lado, a arquitetura age pela
permanência de nossas raízes, estabelece relações com tradições, técnicas e
estéticas antigas, constrói-se a partir da convenção.
A intervenção do arquiteto pode ser
incisiva, se fazer aparecer - evidente. Ou discreta, introspectiva, apenas
conectora dos nós desatados. Afirmativa ou sutil, a arquitetura muda as coisas
porque constrói novas narrativas na paisagem em que se insere. Mas novas não no
sentido de criadas do zero, porque invenção não é livre fantasia, mas um
processo que ocorre por meio de observação e aprendizado.
Em arquitetura tudo é possível, desde
que se estabeleçam laços com a realidade em que se vai atuar. É preciso ler a
realidade sob diversos pontos de vista, operar com a contradição e a
sobreposição, cientes de que a variedade humana - com seus muitos modos de agir
sobre o lugar - é o motor do processo criativo.
Arquitetura, afinal, é Cultura. Como o
cinema, o maracatu e o carnaval. Tem seu cerne na criatividade espontânea do homem,
movendo-se com tensão e alternância entre tradição e vanguarda. Inventar nos faz humanos. Auá, em
tupi-guarani, significa homem.”
Reginaldo Monteiro
Reginaldo Monteiro