05 novembro 2015

OPINIÃO: Todo sucesso ao avanço da AUÁ Arquitetos

A AUÁ Arquitetos - que possui projetos sendo executados em Pederneiras -, composto por Diogo Cavallari, Isadora MarchiPaulo Catto Gomes e o pederneirense Victor Berbel Monteiro, profissionais oriundos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, vai inaugurar no próximo dia 14 em Maringá (PR), um novo escritório. Já são quase três anos de trajetória juntos. Uma conquista importante, um passo decisivo para o qual se torce pelo sucesso.

Enraizou-se nesses jovens arquitetos, fruto de discussões, discordâncias e acordos, uma visão de arquitetura que vai muito além de apenas debruçarem-se sobre um projeto. Li certa vez, que desde sempre são profissionais cuja área de atuação toca outros campos da atividade e do conhecimento humanos, como a engenharia, a arte, a física, a filosofia e, inclusive, a neurociência. Um texto recente e interessante, elaborado pelas cabeças que dão caminho à AUÁ, chama atenção. Daí porque, vale descrevê-lo na íntegra:

“A arquitetura muda as coisas. Inventa, inverte, quebra, constrói e desconstrói. Afinal, projetar é jogar à frente, lançar ideias sobre o que será, imaginar com liberdade o futuro possível. Por outro lado, a arquitetura age pela permanência de nossas raízes, estabelece relações com tradições, técnicas e estéticas antigas, constrói-se a partir da convenção.

A intervenção do arquiteto pode ser incisiva, se fazer aparecer - evidente. Ou discreta, introspectiva, apenas conectora dos nós desatados. Afirmativa ou sutil, a arquitetura muda as coisas porque constrói novas narrativas na paisagem em que se insere. Mas novas não no sentido de criadas do zero, porque invenção não é livre fantasia, mas um processo que ocorre por meio de observação e aprendizado.

Em arquitetura tudo é possível, desde que se estabeleçam laços com a realidade em que se vai atuar. É preciso ler a realidade sob diversos pontos de vista, operar com a contradição e a sobreposição, cientes de que a variedade humana - com seus muitos modos de agir sobre o lugar - é o motor do processo criativo.

Arquitetura, afinal, é Cultura. Como o cinema, o maracatu e o carnaval. Tem seu cerne na criatividade espontânea do homem, movendo-se com tensão e alternância entre tradição e vanguarda. Inventar nos faz humanos. Auá, em tupi-guarani, significa homem.”

Reginaldo Monteiro
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