Associações vegetarianas e veganas afirmaram nesta segunda-feira (26)
que a publicação de um relatório que relaciona o consumo de carne
vermelha e embutidos ao risco de câncer legitima sua luta em
favor de dietas alternativas à alimentação com carnes. "Quantas crises
alimentares nós devemos enfrentar antes que as pessoas se deem conta de que as
proteínas animais não são boas para nós", reagiu Jasmijn de Boo,
presidente da Vegan Society, organização criada em 1944 com sede na
Grã-Bretanha. "A salmonela nos anos 1980, a 'vaca louca' nos anos 1990, a
febre aftosa nos anos 2000, a carne de cavalo há dois anos e agora isso: não
adianta passar de uma carne para outra. É mais saudável e melhor para o meio
ambiente e para os animais ser vegano", disse à AFP o líder da associação
que prega a exclusão total de todos os produtos de origem animal da
alimentação, mesmo o leite e o queijo. Em nome da União Europeia dos
Vegetarianos, que aceitam os produtos à base de leite, Renato Pichler declarou
estar "contente que a OMS tenha aceitado a conexão entre o consumo de
carnes e certos cânceres". Para Brigitte Gothière, porta-voz da
organização L214, que também prega a ausência total de produtos de origem
animal da alimentação em nome do respeito aos seres vivos, "o estudo da
OMS é mais um argumento em favor de uma alimentação que exclui os produtos à
base de carne". "As dietas veganas são normalmente
criticadas pelos médicos, mas este estudo mostra que ser vegano também nos
protege de algumas doenças", alfinetou.
(Bem Estar)