Preguiças-gigantes,
mastodontes e cavalos selvagens povoavam a paisagem na América do Sul até cerca
de 10 mil anos atrás. A extinção desses mamíferos que podiam pesar toneladas,
conhecidos como a megafauna do Pleistoceno, pode ter provocado impactos consideráveis
na vegetação do Pantanal brasileiro, de acordo com artigo publicado em agosto
de 2014 na revista Oecologia. A flora que dependia deles como dispersores de
sementes, embora não tenha sumido (há outros dispersores, como o homem), pode
ter se tornado menos abundante que no passado, ocupando áreas mais restritas.
"Nossa proposta foi abrir espaço para uma abordagem ecológica, capaz de
observar relações específicas estabelecidas entre os bichos e as plantas, para
entender o que aconteceu quando os gigantes saíram de cena", explica
Mathias Pires, do Departamento de Ecologia do Instituto de Biociências da
Universidade de São Paulo (IB-USP). A inspiração foi o trabalho da brasileira
Camila Donatti, feito durante o doutorado na universidade norte-americana Stanford,
em parceria com o grupo do ecólogo Mauro Galetti, da Universidade Estadual
Paulista (Unesp) de Rio Claro, e publicado em 2011 na revista Ecology Letters.
(Uol)