O ponto alto do discurso da presidente Dilma Rousseff ao tomar
posse do seu segundo mandato foi, sem dúvida, o que abordou a Petrobras.
Dilma falou em defender a empresa de seus "predadores internos e inimigos
externos". Em seguida, arrematou: "Não podemos permitir que a
Petrobrás seja alvo de um cerco especulativo dos interesses contrariados com a
adoção do regime de partilha e da política de conteúdo local, que asseguraram
ao nosso povo, o controle sobre nossas riquezas petrolíferas" (leia mais aqui). Foi um
recado claro para determinadas forças que tentam se valer da crise de imagem da
Petrobras para forçar uma mudança de regime na produção de petróleo no País.
Quem mais destaca, entre essas forças, é o grupo Globo, dos irmãos Marinho, o
primeiro a dizer, com todas as letras, que a Lava Jato obrigaria a Petrobras a
retomar o regime de concessões de petróleo, no lugar do modelo de partilha.
Quinze dias atrás, por exemplo, o Globo dizia, em reportagens e editoriais, que
a regra do pré-sal poderia e deveria mudar, em benefício da exploração por
empresas estrangeiras, como Shell, Exxon, Chevron e BP (leia mais aqui). Dilma, no
entanto, demonstrou estar atenta a essas pressões. E demonstrou que não irá
ceder um milímetro em suas convicções sobre o melhor regime para a exploração
das riquezas do pré-sal.
(brasil247)