13 dezembro 2014

Santa Casa de SP pagou 5 mil vezes mais por remédio

Imersa em crise financeira, a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo pode ter pago preço até 5 mil vezes superior ao de mercado por medicamentos. Segundo resultados preliminares de análise da BDO RCS Auditores Independentes, há também superfaturamento em contratos e incongruências na admissão de funcionários. A auditoria feita para a Secretaria Estadual da Saúde foi apresentada nesta quinta-feira, 11, à direção da maior instituição filantrópica da América Latina. Segundo o Estado apurou, as maiores falhas estão na compra de materiais e remédios e nos serviços de segurança, lavanderia e limpeza. Além do sobrepreço dos medicamentos, a auditoria verificou, por exemplo, que, no contrato de lavanderia, a Santa Casa deveria pagar R$ 1,98 por quilo de roupa. A empresa terceirizada cobrava, porém, R$ 3. O gasto excedente é de R$ 2,6 milhões por ano. No serviço de limpeza, os auditores apontaram que a entidade pagava pela contratação de 422 funcionários, mas apenas 360 trabalhavam. A auditoria também verificou que a contratação de funcionários é superior ao aumento das atividades do hospital. O complexo tem 21 trabalhadores por leito, quando a média de outras unidades é de cinco. O superfaturamento em contratos já havia sido relatado por um ex-funcionário em depoimento ao MPE, conforme antecipado pelo Estado ontem. Ele apontou problemas no contrato da Santa Casa com a Logimed, responsável pela compra de materiais e remédios. A empresa informou que “repudia a afirmação de prática de superfaturamento” e “reafirma que sua operação cumpriu rigorosamente o escopo contratado pela Santa Casa”. Disse também que, sobre o caso da dipirona, citado pela testemunha, há 43 tipos do remédio, cujos valores variam de R$ 0,25 a R$ 270,80. Para a Logimed, a variação de preços torna comparações indevidas.
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