Responsável
pelos processos da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, o juiz Sérgio Moro,
da 13ª Vara Federal de Curitiba, evitou partidarização as investigações em
despacho publicado nesta sexta-feira 21 que transforma em preventiva a prisão
do empresário Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano. "Aqui não
se faz crítica partidária, pois se desconhece ainda o alcance e a duração da
prática criminosa", ressaltou Moro. O documento diz também que
"grande parte do esquema criminoso permanece ainda encoberto, sem que se tenha
certeza de que todos os responsáveis serão identificados e todo o dinheiro
desviado recuperado". Desde a divulgação de trechos dos depoimentos da
delação premiada, informações que deveriam ser mantidas sob segredo de Justiça,
as denúncias de corrupção na Petrobras são vinculadas ao governo do PT pela
oposição. O senador e presidente do PSDB Aécio Neves disse que a presidente
Dilma Rousseff devia desculpas à população brasileira, enquanto o ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso se disse "envergonhado" dos acontecimentos
na estatal do petróleo. As irregularidades em contratos da companhia, no
entanto, acontecem desde o início da era FHC. É o que apontam relatos de
envolvidos no esquema. Acusado de agir em favor do PMDB na Petrobras, Fernando
Baiano disse ontem à PF que começou a fazer negócios com a empresa ainda no
governo FHC. "Por volta do ano de 2000, ainda durante a gestão Fernando
Henrique celebrou um contrato com uma empresa espanhola, de nome Union Fenosa,
visando a gestão de manutenção de termelétricas", detalhou. Outro
depoimento que aponta o mesmo caminho é o do ex-gerente da diretoria de
Serviços da estatal Pedro Barusco, que prometeu devolver um montante desviado
de US$ 100 milhões aos cofres públicos. Ele contou em depoimento à polícia que desviava
dinheiro de contratos da empresa desde 1996, segundo ano do governo do
ex-presidente tucano.
(brasil247)