Pederneiras
possui duas candidaturas que disputam vaga na Assembleia Legislativa do Estado.
Uma do PV, outra do PSDB. É algo como a continuidade da luta entre as forças políticas
locais que se confrontam há anos: o verde e o vermelho. Se um deputado verdadeiramente
comprometido com Pederneiras e região já seria muito bom, é de se imaginar que
dois, com esse mesmo perfil, seria o máximo.
No
entanto, as campanhas tanto de Ivana Camarinha (PV), quanto de Joãozinho da
Farmácia (PSDB) encontram, até aqui, dificuldades. Ela com a negativa do
registro de candidatura decretada e confirmada pelo Tribunal Regional Eleitoral
de São Paulo com base na Lei da Ficha Limpa, em função de uma condenação por
abuso do poder político e econômico quando de sua campanha à reeleição de
prefeita em 2008, e ele com a dificuldade ou lentidão de seu partido em dar
visibilidade à sua caminhada. Ivana
tem de sobra, o que falta a Joãozinho: estrutura, material de campanha. Já
Joãozinho possui de sobra, o que falta a Ivana: a legitimidade da candidatura
carimbada pela Justiça Eleitoral.
O abuso de poder econômico envolve a prática de atos que
denota a aplicação exagerada de recursos no sentido de extrapolar o âmbito
político e democrático, sobrepondo o poder do dinheiro e do jogo de influências
sobre a disputa isonômica do pleito eleitoral. E o abuso do poder
político é o uso indevido de cargo ou função pública, com a finalidade de obter
votos; é a atividade ímproba do administrador, com a finalidade de influenciar
no pleito eleitoral de modo ilícito, desequilibrando a disputa. E é
exatamente isso que incomoda Ivana Camarinha. Sua condenação, transitada em
julgado, é uma baita dor de cabeça de difícil solução. É certo que se até o 5
de outubro a negativa do registro de sua candidatura persistir, o voto que for
tentado em seu número na urna eletrônica será nulo.
Para
a realização de eleições, sejam municipais, federais ou estaduais, é preciso
uma quantidade de recursos financeiros para o custeio das campanhas. O recurso
financeiro é destinado à produção de materiais de divulgação como banners,
informativos, santinhos e adesivos; veículo de som; funcionários; custeio de
pesquisas com o eleitorado e outros. É certo que Joãozinho da Farmácia vive
um caminho de difícil acesso. Pessoalmente adota o estilo porta a porta,
acompanhado de algumas poucas apoiadoras. Mas se o PSDB não for capaz de
colocar material na rua, dar visibilidade à sua trajetória, há o risco do
efeito tipo ter exército sem armamento, nem munição.
Vejamos
o que nos revelam os próximos dias de setembro em relação às duas candidaturas
que Pederneiras gestou.
Reginaldo
Monteiro