A ex-senadora Marina Silva transformou-se no centro da
estratégia do PT e do PSDB para o primeiro debate com os presidenciáveis, que
será realizado nesta terça-feira (26), em São Paulo, pela TV Bandeirantes.
Enquanto a presidente Dilma Rousseff vê em Marina uma ameaça numa eventual
disputa de segundo turno, o tucano Aécio Neves empenha-se em assegurar o
segundo lugar na corrida ao Palácio do Planalto. As duas campanhas chegam ao
embate desta noite empenhadas em evitar ataques à ex-senadora. No PT, a ordem é
evitar críticas diretas, mas buscar expor as contradições do discurso de
Marina. Na tarde da última segunda-feira (25), assessores de Dilma trataram de
municiá-la de respostas sobre assuntos que possam causar constrangimento, temas
que possam aparecer nas perguntas dos jornalistas que participarão do debate,
ou mesmo, eventuais em provocações de Marina. Um dos integrantes da campanha de
Dilma diz que a presidente não deve atacar, mas reagir com firmeza, como fez ao
responder as provocações de Marina ao dizer que o país não precisava de um
“gerente” e sim de políticos. Dilma respondeu que ser presidente não é como ser
rei ou rainha. Boa parte da preparação de Dilma para o debate ficou a cargo de
Franklin Martins, ex-ministro da Comunicação Social do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva e atual responsável pelas redes sociais da campanha. Para
se concentrar, Dilma viajou para São Paulo, onde ocorrerá o debate, na noite de
segunda. Durante toda terça, a presidente ficará a disposição da preparação. A
presidente tentará se concentrar na apresentação dos feitos de seu governo, na
comparação da gestão petista com o período tucano e nas contradições de Marina.
Isso não exclui espetadas indiretas em seus adversários. “Sempre me preparo
para os debates porque acho que é minha obrigação chegar e responder às
perguntas o melhor que eu posso. É obvio que eu, como presidente da República,
tenho que dar explicação sobre vários assuntos”, disse a presidente em conversa
com jornalistas na segunda. Também preocupado com Marina, o comando da
campanha de Aécio decidiu lidar com a candidata do PSB de forma cuidadosa. Nos
bastidores, existe a avaliação que um ataque frontal a Marina neste momento
poderia ser muito ruim para a imagem do candidato tucano. O centro da campanha
de Aécio esteve reunido na última quinta-feira (22) para tratar de diretrizes
da campanha e discutir as estratégias para o debate.
(Útlimo Segundo)