Ele se chama Cameron Partridge. Tem 40 anos, é casado e pai de dois
filhos pequenos. Cristão de fé e formação, é membro da Igreja Episcopal – uma instituição cristã dos Estados
Unidos, independente mas associada à tradição do anglicanismo (surgido na
reforma protestante no século 16, na Inglaterra). Na vanguarda da defesa de
direitos humanos e minorias, essa igreja progressista não
considera a homossexualidade um pecado. E, como evidência de
seu respeito pela diversidade, celebra casamentos gays e ordena padres
transgêneros. E esse é o caso de Cameron, que nasceu do sexo feminino, mas
nunca se reconheceu como mulher. Jovem, sentia interesse por outras mulheres ao
mesmo tempo em que percebia despertar a vocação religiosa. Quando começou a
estudar na Faculdade Bryn Mawr, na Pensilvânia, assumiu-se lésbica, mas não
"saiu do armário" apenas na sexualidade. "Eu vinha lutando
contra minha vocação por alguns anos. Na faculdade, mergulhei no trabalho
acadêmico, sobretudo gênero, sexualidade e religião, mas também sentia um chamado ao sacerdócio", disse Cameron, em entrevista ao Religion
News Service em 2013. "O
sacerdócio não era muito comum nos contextos do meu ensino médio e da minha
faculdade. Então, compartilhar isso com meus amigos foi como sair do armário.
Era uma coisa surpreendente para se fazer", comparou. Cameron se formou em
teologia pela Harvard Divinity School. Aos 22 anos, apaixonou-se pela mulher
com quem decidiu passar o resto da vida. Em 2001, com 28, tornou-se legalmente
um homem.
(brasilpost)