27 junho 2014

BARBOSA: Sequencia de derrotas e saída melancólica

Se no início de sua gestão à frente do Supremo Tribunal Federal (STF) o atual presidente Joaquim Barbosa obteve várias vitórias no julgamento do mensalão conseguindo a condenação de políticos como o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, na reta final de seu mandato Barbosa vem colecionando uma série de derrotas dentro da Corte. A maior delas ocorreu nesta quarta-feira (25), quando os ministros derrubaram sua decisão de vetar o benefício de trabalho externo em favor de Dirceu. Por nove votos a um, o STF autorizou Dirceu a trabalhar fora da prisão em um escritório de advocacia de Brasília, com salário de R$ 2,1 mil. Em maio, Barbosa negou o benefício ao ex-ministro-chefe da Casa Civil alegando que havia uma relação pessoal entre ele e o proprietário do escritório. Além disso, o presidente do STF argumentou que Dirceu não cumprira pelo menos um sexto da pena, conforme determina o art. 37 da Lei de Execuções Penais (LEP). Ao contrário do que Barbosa justificou em uma decisão monocrática (individual), os ministros entenderam que não se pode vetar o trabalho externo com base nesses argumentos. Até mesmo os ministros Gilmar Mendes e Luiz Fux, que acompanharam Barbosa em todas as questões relacionadas ao mensalão (desde julgamento de méritos até recursos impetrados desde o ano passado), votaram contra o presidente do STF. Os ministros entenderam que não havia irregularidade no pedido de trabalho externo em favor de Dirceu e que vetar o benefício ao ex-ministro justificando descumprimento de um sexto da pena poderia criar um efeito cascata em todo o sistema carcerário.
(Último Segundo)
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