Paulo Antônio Skaf se define como um nacionalista. Certamente um patriotismo bem distinto daqueles que o crítico, tradutor e lexicógrafo inglês Samuel Johnson definiu como “o último refúgio dos canalhas”, em uma das frases mais citadas de todos os tempos. O assunto de Skaf é outro. Porta-voz do capitalismo nacional, ele sabe que desenvolvimento rima com industrialização. E defende a produção industrial brasileira como um dos fundamentos para uma sociedade avançada e democrática. No fazendão tupiniquim, ainda dependente dos resultados agrícolas, à mercê do clima e das bolsas de commodities, constrangido pelos conchavos políticos e pelas forças das mais antigas oligarquias do País, o setor industrial continua na gambiarra dos apagões da infraestrutura e nos buracos do investimento, sem acompanhar os saltos tecnológicos que as últimas décadas proporcionaram mundo afora. E, enquanto a onda de globalização exige laisser passer para as bolsas Marc Jacobs Carolyn Crocodile e para o pisca-pisca de Natal made in China, o processo de desindustrialização brasileira iniciado nos anos 1980 continua a fornecer ótimos galpões para novas favelas e invasões.
(IG)
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