Segundo a Organização Mundial da Saúde
(OMS), no Brasil, 1 em cada 10 casais apresenta problemas de fertilidade. No
mundo, esta estatística chega a 60 milhões de casais. Nessas condições e com o
avanço da medicina, as pessoas que não conseguem engravidar com facilidade
estão buscando tratamentos que possam ajudar na realização desse sonho. E,
atualmente, a fertilização in vitro está entre os procedimentos mais procurados
nas clinicas de reprodução humana. Abaixo, Dr. José Geraldo Aguiar Faria
Junior, Médico Ginecologista na Clínica Genics, formado pela Escola Paulista de
Medicina, com especialização em Reprodução Humana pela Rush Presbiterian St.
Lukes Medical Center em Chicago, responde algumas perguntas sobre fertilização
in vitro.
O que é
fertilização in vitro?
A fertilização in vitro, também conhecida como “FIV”, é o
tratamento de reprodução humana que consiste em realizar a fecundação dos
óvulos com os espermatozoides no laboratório. Esse processo permite o
acompanhamento do desenvolvimento dos embriões que serão transferidos para
útero materno, aumentando as chances de sucesso da gravidez.
Existe diferença
entre inseminação artificial e fertilização in vitro?
Sim, a inseminação artificial consiste no estímulo da ovulação e
na transferência do sêmen tratado em laboratório para a cavidade uterina. Já na
fertilização in vitro, é feita a manipulação do óvulos e dos espermatozoides, a
fim de formar o embriões em laboratório e introduzi-los na cavidade uterina.
Quais exames são
necessários antes do tratamento?
Inicialmente, é necessário fazer os exames que diagnosticam a
causa da infertilidade. Onde serão analisados os fatores hormonais, ovarianos,
anatômicos e imunológicos. Para os homens, orientamos que seja feito
primeiramente o espermograma, pois esse exame fornece informações iniciais
sobre a infertilidade.
Qual a idade
máxima para a pessoa se submeter ao tratamento de fertilização?
A partir dos 35 anos, a mulher começa a diminuir
consideravelmente a sua produção de óvulos e a quantidade de produção
embrionária. Não existe uma idade máxima, enquanto a mulher tiver ovulação
ainda é possível se submeter ao tratamento, ou até mesmo optar pela ovodoação.
Mas vale ressaltar que uma mulher de 40 anos precisa estar ciente que em seu
caso as chances de sucesso diminuem.
Quais são os
riscos da gravidez via fertilização em vitro?
Os riscos são decorrentes dos procedimentos cirúrgicos. Além
disso, a mulher é medicada para que ocorra o aumento da produção dos folículos.
Essa dosagem precisa ser moderada para que não comprometa o ovário e não ocorra
à síndrome do hiper estímulo ovariano, que acontece quando os ovários têm uma
reação exagerada aos medicamentos, podendo inchar muito rápido, aumentando
várias vezes de tamanho e ocorrendo possivelmente o acúmulo de líquido no
abdome.
É possível
escolher o sexo bebê?
Por determinação do Conselho Federal de Medicina (CFM) e do
Conselho de Ética Médica não é permitido fazer sexagem. O que pode ser feito,
em determinados casos, é a biopsia pré-implantacional para estudar a cadeia
cromossômica dos embriões.
A gravidez gemelar
é uma escolha?
Apesar de comum, a gravidez gemelar não é uma escolha. O índice
de gravidez múltipla é maior do que a gravidez espontânea, uma vez que, para
aumentar as chances de sucesso na fertilização in vitro, mais de um embrião é
colocado no útero. Naturalmente, em alguns casos, ocorrem as gestações
múltiplas. No entanto, seguindo a legislação devemos controlar e limitar o
número de embriões inseridos.
Quando devo
recorrer à fertilização in vitro?
A fertilização in vitro é indicada para diversos casos de
infertilidade. A principio, a indicação desse tratamento é dada após os exames
de diagnósticos de infertilidade, que são determinantes para escolha do procedimento.
Mulheres com endometriose e baixa reserva ovarina e homens com baixa contagem
de espermatozoides são orientados a recorrer a esse procedimento.
Quais são as
etapas?
Primeiramente são necessários os exames responsáveis pelo
diagnóstico da causa infertilidade e saúde do casal. Após esse primeiro passo,
identificamos se o procedimento seria o mais apropriado e concluindo essa etapa
damos início a estimulação ovariana, que consiste em estimular os ovários a
produzir mais óvulos para, consequentemente, obter um maior número de embriões.
Após essa fase, é feita a coleta dos óvulos e espermatozoides do casal e a
seleção dos melhores, que serão fecundados em lab oratório e depois implantados
no útero. Finalizando com o exame de Beta HCG, que ocorre de 7 a 10 dias após a
fecundação.
Se o procedimento
não der certo em quanto tempo posso tentar novamente?
Uma vez que o casal possui outros embriões congelados, no
próximo ciclo já é possível efetuar uma nova transferência. Mas se for
necessário um novo estimulo, devemos aguardar o ovário voltar ao normal.
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