Apesar de as taxas de avanço do contágio terem diminuído em algumas
partes do País, graças a mais informações sobre prevenção, a busca por uma
vacina ainda está no estágio inicial. Além disso, o zika continua a se
espalhar pelo continente. A maioria dos médicos e pesquisadores – bem como o
Ministério da Saúde brasileiro e a agência de prevenção a doenças dos EUA –
concorda que há uma ligação entre o vírus e a microcefalia, condição que
prejudica o desenvolvimento do cérebro e faz com que bebês nasçam com a cabeça
menor que o normal. Embora estimativas obtidas a partir de um estudo na
Polinésia Francesa apontem que 1% das mulheres infectadas durante a gravidez
terão bebês com microcefalia, alguns dos principais cientistas envolvidos nas
investigações sobre a doença no Brasil estimaram à BBC que até 20% das
gestações afetadas podem resultar em vários outros tipos de danos ao cérebro. Um
estudo separado, publicado pelo periódico científico "New England Journal
of Medicine", aponta que “29% dos exames mostraram anormalidades em bebês
no útero, incluindo restrições ao crescimento, em mulheres infectadas pelo
zika”. Muitos dos males que médicos brasileiros têm notado em bebês de
mães que tiveram zika não são tão óbvios quanto a microcefalia. São
malformações que até podem não ter o mesmo impacto no desenvolvimento da criança,
mas que estão ocorrendo com uma frequência alarmante.
(Último Segundo)