O papa Francisco disse nesta
segunda-feira, em um importante encontro católico sobre questões familiares,
que a Igreja não deve ser um tacanho "museu de memórias", mas precisa
ter a coragem de mudar, se for isso o que Deus quiser. A reunião de três semanas
de bispos de todo o mundo, conhecida como sínodo, discutirá maneiras de
defender a família tradicional e tornar o casamento para a vida toda mais
atraente para os jovens, ao mesmo tempo que busca uma forma de acomodar os
católicos descontentes, como os homossexuais e os divorciados. O encontro, do
qual tomam parte cerca de 300 bispos, delegados, observadores e 18 casais, foi
precedido de uma intensa disputa entre conservadores e liberais sobre uma série
de questões sensíveis. Em seu pronunciamento para abrir a primeira sessão dos
trabalhos, Francisco disse que os bispos não devem apenas falar, mas tentar
ouvir o que Deus quer para a Igreja, de 1,2 bilhão de membros, e prestar
atenção nas opiniões diferentes entre si. Ele exortou os bispos a se livrarem
de convenções e preconceitos, com humildade, para ouvir os seus irmãos bispos.
Não deveriam "apontar o dedo uns para os outros e julgá-los" ou se
sentir superior àqueles com ideias diferentes, afirmou. Em um aceno aos
conservadores, o papa pediu coragem para "não se deixa intimidar pelas
seduções do mundo" e modas passageiras.
(Band