O Ministério Público Federal apresentou à
Justiça Federal em São Paulo nova denúncia contra o coronel reformado Carlos
Alberto Brilhante Ustra por supostos crimes cometidos durante a ditadura
militar. Segundo a acusação, Ustra seria um dos envolvidos na morte do
militante comunista Carlos Nicolau Danielli, "sequestrado e barbaramente
torturado" nas dependências do Destacamento de Operações e Informações do
antigo II Exército (DOI) em São Paulo, em dezembro de 1972. As informações
foram divulgadas pela Assessoria de Comunicação Social da Procuradoria da
República em São Paulo nesta quinta-feira (27). O procurador da República,
Anderson Vagner Gois dos Santos, autor da denúncia, destaca que os crimes
atribuídos a Ustra e a outros dois ex-agentes da repressão também denunciados,
"não são passíveis de prescrição ou anistia, uma vez que foram cometidos
em contexto de ataque sistemático e generalizado à população, em razão da
ditadura militar". "O Estado brasileiro tinha pleno conhecimento
desse ataque, o que qualifica as práticas como crimes contra a humanidade",
afirma o procurador. Esta é a sexta ação penal que o Ministério Público
Federal apresenta contra o ex-comandante daquela unidade militar. Também foram
denunciados o delegado da Polícia Civil de São Paulo Dirceu Gravina e o
servidor público estadual aposentado Aparecido Laertes Calandra, ambos
subordinados a Ustra na época da morte de Danielli.
(BN)