05 agosto 2015

CRÔNICA: E viva a cidade pequena!

Na cidade pequena, as pessoas se cumprimentam na rua e trocam gentilezas, muito embora a maldade possa estar escondida sob as maneiras mais polidas. A cidade pequena parece estar o tempo todo à espera do fim do mundo. Na cidade pequena é possível saber até de quem você pegou resfriado. É na cidade pequena que o político estraga a mão de tanto cortejar o eleitor.

O tempo na cidade pequena nunca é o tempo do relógio, mas quase sempre o da mansidão. Um “Afonso” - corra ao dicionário de gírias e verá que significa “pum” - de média intensidade pode ser ouvido de uma ponta a outra da cidade pequena. As opções de lazer na cidade pequena são tantas e tão divertidas que algumas podem até arrancar lágrimas dos olhos.

Os programas de fim de semana podem ir desde lavar o carro no sábado a assistir o Faustão no domingo. Claro que uma boa opção para o sábado é cortar a grama do jardim e no domingo sentar na calçada para falar mal de alguém que passa. Como as festas e eventos não acontecem com tanta frequência na cidade pequena, faltando mais de um mês para ocorrer já começa a contagem regressiva e a ansiedade vai aumentando para que esse dia chegue logo.  

Se acontece um grave acidente, só se fala nisso por dias na cidade pequena toda. Caso alguém da cidade pequena mande escrever no para-choque a frase “Ritinha não presta”, todo mundo vai saber qual Ritinha não presta. Pontos de referência? A cidade quase sempre possui dois: a praça e a igreja matriz.
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