30 junho 2015

Doação de órgãos para pesquisa em serviço público é investigada em SP

O Ministério Público Estadual (MPE) de São Paulo instaurou inquérito para apurar irregularidades nas doações de órgãos no Serviço de Verificação de Óbitos da Capital (SVOC). Ligado à Universidade de São Paulo (USP), o setor recebe em média 14 mil corpos por ano - cuja causa da morte precisa ser apurada. A Promotoria diz que o documento para liberação dos cadáveres para enterro seria obrigatório e ainda induziria famílias ao erro ao tratar de "retenção" de órgãos, quando se fala de "doação". E não existiria nenhum controle sobre a destinação feita. Muitos órgãos estão sendo simplesmente "destinados" à pesquisa e ao estudo com base, segundo o MPE, em um "informe aos familiares", assinado por parentes, sem a menção expressa a possíveis doações. O Ministério Público apurou ainda que o SVOC retira vários órgãos do mesmo corpo, mesmo sem ter relação com a necropsia. Aponta ainda que, diferentemente do que está descrito no documento, a retenção não é "eventual", mas ocorre "em inúmeros casos". Foi o que aconteceu com o aposentado Jorge Chamma, de 65 anos. Embora a mãe dele tenha morrido em 26 de abril de 2010, o filho só ficou sabendo que o fígado dela havia sido doado para estudo quando procurado pelo MPE, em maio. "Era do meu total desconhecimento. Esse documento que foi assinado por mim estava com vários outros. Naquele momento, você quer se ver livre de toda a situação. Está esperando o corpo ser liberado", contou.
(Bol)
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