05 maio 2015

OPINIÃO: Policiamento permanente nas sessões da Câmara é inversão de prioridade

Não me lembro de ter ouvido que em legislações anteriores, ou mesmo presenciado no período de nove anos em que fui vereador em Pederneiras, um policiamento ostensivo e permanente do início ao final das sessões da Câmara Municipal, que podem durar pouco ou mais tempo, como tem ocorrido ultimamente. E ao que parece, essa desnecessária exigência do presidente, vereador Adriano do Postinho (PRP), da presença dos policiais militares, se dá por conta de raríssimos momentos, raríssimos mesmo, quando uma ou outra pessoa da assistência se manifestou no interior da sede do legislativo. Não houve, no entanto, confusão, tampouco violência. Se não for esta a razão, alguém poderia imaginar que os vereadores governistas estão receosos não se saberia afirmar do que, exatamente.

Ora, a presença permanente de policiais militares enquanto durar a sessão, e uma viatura do policiamento estacionado pelo mesmo tempo em frente à entrada principal da Câmara, por evidente, deixa desprotegido, naquele espaço de tempo, outros setores da cidade e assim, a cidadania. Enquanto o policiamento acompanha as sessões da câmara, alguma ou muita coisa de pequena, média ou maior gravidade pode ocorrer. Acidentes ou incidentes graves podem necessitar da presença dos PMs. E fica como?

Já houve no passado, sessões em que foi necessária a presença do policiamento militar, mas apenas para garantir que eventuais exaltações - que não ocorreram - não levassem à violência. Por exemplo, quando da votação sobre a privatização do transporte coletivo municipal. Funcionários da Prefeitura estavam mobilizados contra a medida proposta e a população, naquele momento, estava dividida quanto ao tema.

De resto, o que se verifica com essa coisa meio que pomposa e totalmente desnecessária de viatura policial estacionada e PMs no interior do legislativo, sem que haja algo rumoroso ocorrendo em relação ao poder público, ao município ou à própria população é pura pirotecnia. Não há o que temer. Portanto, podemos considerar exagero sem causa a presença de aparato militar. Se houver tumulto, chamam e o policiamento vem. E ponto final.

Se a PM local já tem deficiência de efetivo, por que então segurar parte dele desnecessariamente? A nossa gloriosa Polícia Militar tem missões bem mais importantes do que acompanhar, quando em serviço, as sessões da câmara. Ali, percebe-se, é quase sempre muito pequena a frequência do público. Afinal, o dever da polícia e do próprio poder público – onde se insere a Câmara Municipal -, passa por atitudes de priorizar o combate ao banditismo, à criminalidade, a fazer a comunidade sentir-se segura, resguardada. É o que se cobra e o que se espera.

Reginaldo Monteiro
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