A perda de 213 profissionais entre médicos e servidores associada ao
fechamento de oito dos 20 leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) está
impactando o dia a dia de pacientes e funcionários que recorrem ao Hospital
Universitário da Universidade de São Paulo (HUSP), localizado no bairro do
Butantã, zona oeste da capital paulista. Com apenas 12 leitos na UTI, os
pacientes que precisam de internação acabam ficando na emergência, num ambiente
que não é o ideal", diz o infectologista Gerson Salvador, que também é
diretor de comunicação do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp). No final
da manhã desta quarta-feira (25), o total de pacientes internados na emergência
era de 36 pessoas. O local conta com 11 leitos monitorados e o excedente é
formado por macas. Segundo o Simesp, a causa central do problema é o
Programa de Incentivo à Demissão Voluntária adotado pela Reitoria da USP, que
tem por objetivo o corte de gastos da instituição, que está em crise
financeira. Gerson Salvador dá ainda outro ponto: "O antigo reitor
[João Grandino] Rodas disse que deixou a universidade com R$ 4 bilhões de
reservas justamente para enfrentar tempos de crise", comenta. Segundo a
legislação, as universidades paulistas têm autonomia financeira e são mantidas
graças à arrecadação do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
(ICMS). O percentual conferido à USP, bem como à Universidade de Campinas
(Unicamp) e Universidade Estadual Paulista (Unesp), é de 9,57% do total
arrecadado com o imposto. O atual reitor Marco Antônio Zago alega que a
gestão de seu antecessor inchou a folha de pagamento da USP e que a queda de
arrecadação no ICMS forçou os cortes de pessoal.
(Último Segundo)