24 fevereiro 2015

Na Câmara, PMDB busca se descolar do PT de olho em 2018

Se o desejo de se descolar do PT já era forte no final do ano passado, o início do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff ajudou a aumentar esse anseio na bancada do PMDB na Câmara. O PMDB faz uma lista de motivos para justificar a necessidade de um novo tom na relação com o PT e o governo. Argumentos que agora têm servido de base na sustentação da ideia de que se o partido deseja disputar a sério a presidência em 2018, precisa adotar uma nova postura com o Planalto daqui para frente, ou corre o risco de afundar junto com o governo, em caso de naufrágio. Fora as medidas impopulares de ajuste que preveem, entre outras coisas, alterações no acesso a benefícios trabalhistas na direção do equilíbrio fiscal, entre as fileiras peemedebistas há uma lista de outras queixas. As intervenções do Planalto na disputa pela Mesa Diretora, cujos frutos do ressentimento ainda não foram colhidos, o sentimento anti-PT e uma reforma ministerial que agradou a poucos no PMDB são citados. Além disso, diante da falta de diálogo e perda de sintonia entre os aliados, o PMDB considera que o governo o trata como adversário. Nem mesmo o vice-presidente Michel Temer tem sido um canal adequado para reatar a relação. Mesmo no Senado, onde o governo e o PMDB aparentemente vivem uma relação estável, os primeiros focos de insatisfação já apareceram. Fora o apoio explícito, por exemplo, de Romero Jucá (PMDB-RR) a Aécio Neves (PSDB) na disputa presidencial, quatro senadores recusaram-se a apoiar a candidatura de Renan Calheiros (PMDB-AL) para a disputa da presidência da Casa, como queria o Planalto. Além do próprio Luiz Henrique (PMDB), que disputou o cargo com apoio da oposição, Ricardo Ferraço (PMDB-ES), Waldemir Moka (PMDB-MS) e Dário Berger (PMDB-SC) se recusaram a rezar a cartilha do Planalto e votaram contra Renan.
(IG)
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