Menos
de 24 horas depois de apresentada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a
tentativa do PSDB de ganhar as eleições no tapetão foi contestada pela Justiça
Eleitoral. Pedido feito ontem pelo coordenador jurídico do partido, deputado
Carlos Sampaio (PSDB-SP), para que houvesse uma auditoria especial no sistema
de votação e contagem dos votos foi descrito como "incabível" nesta
sexta-feira 31 pelo ministro João Otávio de Noronha, corregedor-geral da
Justiça Eleitoral. Sampaio argumenta, em texto divulgado ontem, que fez "um pedido de
auditoria no sistema, com o acompanhamento do TSE e de técnicos indicados pelos
partidos, para evitar que esse sentimento de que houve fraude continue a ser
alimentado nas redes sociais", depois de anunciado o resultado das urnas
no último domingo, dando vitória à presidente Dilma Rousseff. "O que ele
[Sampaio] não apresenta são fatos que possam colocar em xeque o processo
eleitoral. Está colocando ampassã. Isso não é sério, então, não me parece
razoável", comentou o ministro. "O problema é que não estão colocando
em xeque uma ou duas urnas, mas o processo eleitoral. É incabível. Se você
colocar em xeque o sistema eleitoral, aponte o fato concreto que vamos
apurar", completou. Em entrevista concedida à Rádio Jovem Pan nesta sexta,
Carlos Sampaio volta a dizer o pedido do PSDB "nada tem a ver com
pedido de recontagem [de votos] ou com questionamento do resultado".
"Não estamos apontando fraudes ou erros", disse. Segundo ele, a
ação envolve o pedido de indicação de técnicos do TSE, juntamente com técnicos
dos partidos, "para fazer uma auditoria no sistema, de modo a evitar que o
sentimento de que houve fraude continue a ser alimentado nas redes
sociais". Sampaio disse ainda que a representação trata de uma tentativa
de defesa do próprio TSE, pois "milhares de eleitores" estariam
questionando a postura do tribunal. "O que eu pretendi unica e
exclusivamente foi evitar que milhares de eleitores continuassem a colocar em
xeque a postura do TSE", afirmou. Esse sentimento de desconfiança
"não é saudável para a democracia", disse ele.
(brasil247)