Com um esquema de cobrança de propinas na Zona
Oeste, a quadrilha supostamente comandada pelo coronel Alexandre Fontenelle de
Oliveira, oficial formado pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope) que
integrava a cúpula da Polícia Militar, faturou cerca de R$ 10 milhões nos
últimos três anos. A estimativa foi feita pelo Grupo de Atuação Especial de
Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público estadual a partir de
extratos e comprovantes de depósitos bancários apreendidos nas casas dos 24 PMs
suspeitos de envolvimento com o crime organizado. Os acusados, incluindo ainda
três majores e dois capitães, foram presos na segunda e na terça-feira, durante
a Operação Amigos S.A., desencadeada pelo Gaeco e pela Subsecretaria de
Inteligência da Secretaria estadual de Segurança. O Ministério Público (MP)
estadual, que já pediu a quebra do sigilo bancário e fiscal do grupo, também
vai solicitar à Justiça autorização para investigar as movimentações
financeiras feitas por parentes dos policiais presos. Há a suspeita de que boa
parte da fortuna arrecadada no esquema de cobrança de propinas tenha sido usada
na aquisição de imóveis e veículos em nome de familiares dos PMs. Promotores
que acompanham o caso esperam mensurar com o máximo de precisão os ganhos
obtidos pela quadrilha para solicitar o bloqueio de bens e contas bancárias.
Para cumprir esse objetivo, o Gaeco vai contar com o apoio de técnicos do MP
especializados em investigações de lavagem de dinheiro.
(O Globo)