O soldado da Polícia Militar Henrique Dias
Bueno de Araújo, preso na quinta-feira, 18, após matar o camelô Carlos Augusto
Muniz Braga, de 30 anos, na Lapa (zona oeste de São Paulo), responde a processo
por outro homicídio cometido seis meses antes do assassinato do ambulante,
também durante abordagem policial. Na ocasião, Araújo disparou seis vezes
contra um homem que teria reagido à ordem de parada feita pelo soldado e seu
companheiro de trabalho. Segundo informações prestadas pelos policiais no
Inquérito Policial Militar aberto para apurar o caso, o homicídio ocorreu
quando, durante ronda, Araújo e outro PM avistaram um homem empurrando um
carrinho de carga e ordenaram que ele parasse para averiguação. O homem teria
se negado a parar e sacado um facão. Ele ainda tentou fugir, mas, ao ser
cercado novamente pelos policiais, foi para cima de Araújo com o objeto. Ainda
de acordo com a versão dos policiais, ao ser acuado pelo suspeito, Araújo
disparou duas vezes contra as pernas do homem, que, mesmo ferido, continuou
indo em direção ao soldado. Nesse momento, Araújo disparou outras quatro vezes.
Dos seis tiros efetuados por Araújo, quatro acertaram a vítima: dois na perna,
um no tórax e um na mão. O homem, que nunca foi identificado, morreu no local. A
versão de Araújo foi confirmada por uma testemunha, mas o homicídio não foi
registrado por nenhuma câmera de segurança da rua. O Inquérito Policial Militar
concluiu que não houve conduta irregular do policial na morte do homem, já que
o soldado teria agido em legítima defesa. Na Justiça comum, o caso ainda está
sendo analisado. Questionada pelo Estado sobre o outro caso de homicídio
cometido por Araújo, a Polícia Militar respondeu que todos os policiais que se
envolvem em ocorrências com morte ficam afastados temporariamente do trabalho
na rua para acompanhamento psicológico. O período de afastamento costuma durar,
no máximo, três meses. Como já se passaram seis meses do fato, Araújo foi
autorizado a retornar às ruas.
(MSN)