O presidente Michel Temer começa a semana da apresentação do relatório
sobre a denúncia por corrupção passiva na Comissão de Constituição e Justiça
(CCJ) da Câmara na expectativa de uma primeira derrota. A falta de ascendência
do governo sobre o deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), relator do caso na
comissão, é tamanha que caciques do partido do presidente, aliados e políticos
fluminenses dão como certo, pelo perfil dele, um parecer pela aceitação da
denúncia. E admitem que, se o relatório for técnico, sem juízo da acusação,
será difícil votar contra ele na comissão. Zveiter não antecipa o teor,
limitando-se a dizer que seu voto será “sucinto e objetivo”. Na noite de ontem,
Temer convocou líderes aliados para discutir sua estratégia. Mais cedo, também
recebeu os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício
Oliveira (PMDB-CE). A expectativa no Palácio do Planalto é que o relator tenha
elaborado um parecer técnico, que não leve em conta o mérito, apenas a
constitucionalidade do pedido. Esse é o mesmo argumento usado por aqueles que
dizem ser certa a apresentação de um parecer contrário a Temer. Segundo pessoas
próximas a Zveiter, como ele tem postura técnica e focará no aspecto jurídico
da denúncia, dificilmente favorecerá Temer. A apresentação está prevista para
as 14h30 desta segunda-feira. “Não tenho nenhuma dúvida de que ele vota pela
admissibilidade, pela questão jurídica. Isso complica a situação do Temer. Não
que ele vá perder no plenário por isso, mas que dificulta, dificulta “, reconheceu
um cacique da cúpula do PMDB.
(O Globo)
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