A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia,
afirmou neste sábado (10), por meio de nota, que "é inadmissível" a possibilidade de um ministro da Corte ter sido alvo de investigação da
Agência Brasileira de Inteligência (Abin). "É inadmissível
a prática de gravíssimo crime contra o Supremo Tribunal Federal, contra a
Democracia e contra as liberdades, se confirmada informação de devassa ilegal
da vida de um de seus integrantes", afirma a ministra, numa reação à
reportagem publicada na edição da revista Veja deste final de semana, que
relata que o presidente Michel Temer teria acionado a Abin para investigar a
vida do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF. "Própria de
ditaduras, como é esta prática, contrária à vida livre de toda pessoa, mais
gravosa é ela se voltada contra a responsável atuação de um juiz, sendo
absolutamente inaceitável numa República Democrática, pelo que tem de ser
civicamente repelida, penalmente apurada e os responsáveis exemplarmente
processados e condenados na forma da legislação vigente", diz a ministra. Cármen
Lúcia afirma que o STF "repudia, com veemência, espreita espúria,
inconstitucional e imoral contra qualquer cidadão e, mais ainda, contra um de
seus integrantes, mais ainda se voltada para constranger a Justiça".