O filósofo russo, Yury Serdyukov,
propôs o novo conceito de formação de realidade subjetiva durante morte
clínica, que permite explicar, do ponto de vista científico, as emoções
sentidas pelas pessoas neste estado específico. Alguns pacientes, que passaram por
isso, foram "resgatados", sendo suas histórias sobre o que
experimentaram interpretadas como imagens do "inferno" ou do
"paraíso". No entanto, as mesmas imagens podem ser explicadas sem
misticismo algum ao analisar processos fisiológicos e psíquicos.
O PhD em filosofia e professor do
departamento de filosofia, sociologia e direito da Universidade Estatal de
Transporte do Extremo Oriente (cidade russa de Khabarovsk) se baseia no fato
irrefutável que, durante a morte clínica, o cérebro continua vivo apesar da
perda do contato sensorial com a realidade e a parada da circulação de sangue.
O cérebro morre pouco a pouco: primeiro morrem os neurônios do córtex cerebral,
depois — as células-tronco. É quase impossível detectar a duração exata deste
processo, pois a redução da atividade física do cérebro, em certo momento, não
pode ser capturada por equipamentos modernos.
O médico britânico, Sam Parnia, que se
mudou para os EUA em 2013 publicou um livro sobre trazer à vida através da
reanimação mesmo depois de 12, 24 e, às vezes, até 72 horas após a morte
clínica. Então, reanimar um paciente, cujo coração parou há duas horas, seria
possível na maioria dos casos. Este processo é complicado, escrupuloso, caro,
mas, no futuro, a reanimação de pessoas será uma prática médica comum. Isto
significa que o cérebro continua vivo por muito tempo após a morte e as células
dele não se atrofiam 5 minutos, depois da parada cardíaca, como se acreditava
antes.
Um grande acervo de casos sobre pessoas
em morte clínica pode ser encontrado no livro do PhD em medicina e professor de
psiquiatria, Lev Litvak, que passou 26 dias em coma, e, ao sair deste estado,
descreveu detalhadamente o que havia sentido. O cientista definiu quatro fases:
a 1ª fase é escuridão; 2ª — depressão vital, 3ª — euforia, 4ª — saída do estado
terminal. Como Lev Litvak é psiquiatra, ele explica estas fases do ponto de
vista psicopatológico.
Na opinião de Yury Serdyukov, o coma
não pode ser igualado à psicose, pois psicose é perturbação evidente de
atividades psíquicas, que neste caso, é difícil de provar. De acordo com ele,
"na fase terminal da consciência" o psíquico se desfaz e o homem
perde a capacidade de mentalidade logico-verbal.
A realidade subjetiva se torna um fluxo
coerente de sensações de onirismo (como se estivesse sonhando) criadas pela
atividade espontânea do cérebro. O conteúdo das sensações se deve aos três
fatores seguintes: 1) toda a vida da pessoa, incluindo a fase do embrião; 2)
estruturas mentais inerentes; 3) ativação de algumas estruturas genéticas por
causa do alto estresse, que se trata da morte clínica.
O conceito do cientista se trata da
afirmação que pessoas podem influenciar as experiências de quase morte. Para
isso, é preciso formar uma concepção positiva do mundo, criar impressões
positivas, fixadas no cérebro, que são capazes de resistir aos processos de
desintegração durante a morte clínica.Tal percepção do mundo ajuda a diminuir
significativamente o risco de depressão profunda e evitar o mundo sombrio,
presente nas descrições do inferno. Ao invés disso aumenta a possibilidade de
ter sensações vivas e alegres, que costumam ser descritas como paraíso.
Mais um ponto importante da experiência
de quase morte, verificado por Yury Serdyukov, consiste no seguinte: como estes
processos se realizam sem reguladores naturais de tempo (a luz e os ritmos do
coração), subjetivamente, podem durar sem fim. Mas, na realidade, no tempo
físico, duram pouco. Por isso, na eternidade subjetiva toda a vida anterior não
passa de um episódio.