30 maio 2017

QUASE MORTE: Filósofo cria teoria para explicar sentimentos durante morte clínica

O filósofo russo, Yury Serdyukov, propôs o novo conceito de formação de realidade subjetiva durante morte clínica, que permite explicar, do ponto de vista científico, as emoções sentidas pelas pessoas neste estado específico. Alguns pacientes, que passaram por isso, foram "resgatados", sendo suas histórias sobre o que experimentaram interpretadas como imagens do "inferno" ou do "paraíso". No entanto, as mesmas imagens podem ser explicadas sem misticismo algum ao analisar processos fisiológicos e psíquicos.

O PhD em filosofia e professor do departamento de filosofia, sociologia e direito da Universidade Estatal de Transporte do Extremo Oriente (cidade russa de Khabarovsk) se baseia no fato irrefutável que, durante a morte clínica, o cérebro continua vivo apesar da perda do contato sensorial com a realidade e a parada da circulação de sangue. O cérebro morre pouco a pouco: primeiro morrem os neurônios do córtex cerebral, depois — as células-tronco. É quase impossível detectar a duração exata deste processo, pois a redução da atividade física do cérebro, em certo momento, não pode ser capturada por equipamentos modernos.

O médico britânico, Sam Parnia, que se mudou para os EUA em 2013 publicou um livro sobre trazer à vida através da reanimação mesmo depois de 12, 24 e, às vezes, até 72 horas após a morte clínica. Então, reanimar um paciente, cujo coração parou há duas horas, seria possível na maioria dos casos. Este processo é complicado, escrupuloso, caro, mas, no futuro, a reanimação de pessoas será uma prática médica comum. Isto significa que o cérebro continua vivo por muito tempo após a morte e as células dele não se atrofiam 5 minutos, depois da parada cardíaca, como se acreditava antes.

Um grande acervo de casos sobre pessoas em morte clínica pode ser encontrado no livro do PhD em medicina e professor de psiquiatria, Lev Litvak, que passou 26 dias em coma, e, ao sair deste estado, descreveu detalhadamente o que havia sentido. O cientista definiu quatro fases: a 1ª fase é escuridão; 2ª — depressão vital, 3ª — euforia, 4ª — saída do estado terminal. Como Lev Litvak é psiquiatra, ele explica estas fases do ponto de vista psicopatológico.

Na opinião de Yury Serdyukov, o coma não pode ser igualado à psicose, pois psicose é perturbação evidente de atividades psíquicas, que neste caso, é difícil de provar. De acordo com ele, "na fase terminal da consciência" o psíquico se desfaz e o homem perde a capacidade de mentalidade logico-verbal.

A realidade subjetiva se torna um fluxo coerente de sensações de onirismo (como se estivesse sonhando) criadas pela atividade espontânea do cérebro. O conteúdo das sensações se deve aos três fatores seguintes: 1) toda a vida da pessoa, incluindo a fase do embrião; 2) estruturas mentais inerentes; 3) ativação de algumas estruturas genéticas por causa do alto estresse, que se trata da morte clínica.

O conceito do cientista se trata da afirmação que pessoas podem influenciar as experiências de quase morte. Para isso, é preciso formar uma concepção positiva do mundo, criar impressões positivas, fixadas no cérebro, que são capazes de resistir aos processos de desintegração durante a morte clínica.Tal percepção do mundo ajuda a diminuir significativamente o risco de depressão profunda e evitar o mundo sombrio, presente nas descrições do inferno. Ao invés disso aumenta a possibilidade de ter sensações vivas e alegres, que costumam ser descritas como paraíso.

Mais um ponto importante da experiência de quase morte, verificado por Yury Serdyukov, consiste no seguinte: como estes processos se realizam sem reguladores naturais de tempo (a luz e os ritmos do coração), subjetivamente, podem durar sem fim. Mas, na realidade, no tempo físico, duram pouco. Por isso, na eternidade subjetiva toda a vida anterior não passa de um episódio.
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