24 março 2017

GUETOS DA PROPINA: Delator diz que pagamentos em espécie eram feitos até em 'cabaré'

Em depoimento à Justiça Eleitoral, o delator da Odebrecht Hilberto Mascarenhas, responsável pelo setor de pagamentos de propina da empresa de 2006 a 2015, relatou que as entregas de dinheiro em espécie aconteciam em "lugares absurdos" e até "cabaré". A reportagem teve acesso à íntegra do depoimento. Questionado pelo juiz auxiliar da ação que pede a cassação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) da chapa de Dilma Rousseff e Michel Temer na eleição de 2014 sobre como eram os pagamentos ao marqueteiro João Santana e a esposa dele, Mônica Moura, responsável por operacionalizar as finanças, Hilberto respondeu: "Se fossem valores pequenos encontravam num bar, em todos os lugares. Você não tem ideia dos lugares mais absurdos que se encontra, no cabaré...". Para repassar os montantes maiores, no entanto, Hilberto esclarece que Mônica ou um representante dela se hospedava em um hotel onde se encontravam com um intermediário contratado pela Odebrecht que fazia a entrega, mas que não era ligado diretamente à empresa.
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