O empresário Alexandre Margotto, ligado a Lúcio Bolonha Funaro -
apontado como operador financeiro de Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara e
preso na Lava Jato - revelou em sua delação premiada mais detalhes da ligação
do ex-ministro Geddel Vieira Lima com um suposto esquema de corrupção na Caixa
Econômica Federal. A delação do empresário, que foi homologada pelo juiz
Vallisney Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, foi obtida com
exclusividade pelo Fantástico. O
acordo de Margotto com a Justiça revela ainda o suposto envolvimento do
empresário Joesley Batista, dono do grupo J&F, com as operações irregulares
no banco federal. As defesas de Joesley e Geddel negam relação com Alexandre
Margotto. O depoimento do empresário revelou também uma surpresa pela 1ª vez: o
delator conta que esse escândalo revelou ao menos uma pessoa honesta, um
personagem que se recusou a praticar corrupção. Lúcio Bolonha Funaro, conhecido
da Justiça desde as investigações do Mensalão e já definido pelo
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, como "alguém que tem o crime
como modo de vida", era quem ajudava a pensar o esquema e a administrar o
dinheiro. Ele cobrava propina e fazia repasses. O empresário Alexandre Margotto
trabalhava diretamente com Funaro, que está preso no presídio da Papuda, em
Brasília.
(globo.com)