Duas imagens de São Judas Tadeu, o padroeiro das causas desesperadas,
enfeitam a prateleira recheada de publicações da área jurídica em um pequeno
escritório nos Jardins, bairro na região central de São Paulo. “Um já era meu,
o outro eu ganhei durante o impeachment”, explica a dona das estatuetas, a
jurista e advogada Janaina Paschoal, autora do pedido que resultou no afastamento
da ex-presidente Dilma Rousseff. Relegada a assinar a ação abaixo
dos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior, a paulistana Janaina Paschoal, de 42 anos de idade, é na verdade a principal
responsável pelo processo que impôs um fim precoce ao mandato de Dilma. Foi
também quem mais atuou – e ganhou holofotes – durante as discussões realizadas
no Congresso. Janaina chorou, esbravejou e vez ou outra até se descabelou
diante dos parlamentares. Mas nega que seja uma pessoa de personalidade
explosiva. “Você acha de verdade que eu sou explosiva? Eu acho que sou uma
pessoa extremamente contida. Sou tudo, menos explosiva”, defende. “Depois de
todas as humilhações que eu passei... Inventaram que eu estava sendo paga, que
eu era ligada a partido, que era ligada ao Michel Temer... Eu nunca vi o Michel
Temer na minha vida! E com tudo isso acontecendo, eu ficava quieta”,
justifica-se.
(IG)