É chocante
constatar que a campanha do prefeito de Pederneiras e candidato a reeleição
Daniel Camargo (PSB) é operada basicamente por pessoas que detém cargos de
confiança (comissionados). Um verdadeiro exército de cabos eleitorais custeados
com o dinheiro público. Diz-se que estariam de férias servindo objetivos
eleitorais e, ressalte-se, nesse caso e em assim sendo, uma espécie
de férias coletivas de um grupo privilegiado que ganha os mais altos salários
da prefeitura.
Há uma questão
ética muito forte a ser considerada. A debandada desses funcionários em período
eleitoral é um indicativo de que a maioria saiu para fazer campanha, atuar em
comitê e nas ruas pagos com dinheiro público, prática que é veementemente reprovável. Só não vê quem não quer.
Teoricamente, essa
"atividade extra" dos detentores de cargos de confiança pode não ser
ilegal. Afinal, funcionários têm mesmo direito a férias e licença. Mas tal
concentração em campanha eleitoral só reforça a percepção de que possuem mesmo
é uma agenda política. O compromisso é com os políticos responsáveis por sua
nomeação, mais do que com o serviço público que os emprega e paga.
Observando atentamente a questão, somos levados à certeza de que tais cargos não são necessários porque se fossem, não haveria a debandada da
máquina pública. Se não fazem falta, então não devem existir, porque
acabam funcionando de forma indireta e distorcida como financiamento público de
campanha, levando à evidência que todos já sabemos: há um inchaço de cargos de confiança na
prefeitura de Pederneiras que precisa ser eliminado.
Trata-se também de conduta
reprovável da parte do alcaide, pois afeta a igualdade e a legitimidade das
eleições municipais pelo uso abusivo da função para construir um aglomerado de
seguidores em benefício de sua campanha à reeleição, formado por servidores públicos
municipais de alto escalão, elevados salários e por ele nomeados.
Reginaldo Monteiro