Do lado de fora, um "muro" para dividir opositores e
apoiadores do impeachment. Nas galerias do plenário do Senado, a mesma divisão.
De um lado, lugares reservados para convidados da defesa. Do outro, convidados
da acusação serão acomodados. Entre eles, jornalistas do Brasil e do exterior
credenciados para registrar cada momento e também os bastidores de um dos
momentos mais aguardados do processo de impeachment contra a presidente afastada, Dilma
Rousseff (PT). O
discurso de defesa diante de senadores na manhã desta segunda-feira (29) será o
primeiro de Dilma no Congresso desde que o então presidente da Câmara dos
Deputados, Eduardo Cunha(PMDB-RJ),
deu início ao processo,
em dezembro do ano passado. No plenário, Dilma ficará frente a frente com
adversários políticos, como o senador Aécio Neves(PSDB-MG),
que foi derrotado por ela nas eleições de 2014. Além
de discursar, ela terá que responder aos questionamentos dos senadores, dos
advogados de defesa e acusação, e do presidente do julgamento, o ministro do
STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski. Nas galerias, ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT), que idealizou a candidatura Dilma
para a Presidência da República, em 2010, e foi o principal cabo eleitoral da
petista nas duas disputas pelo Planalto, já tem lugar reservado. Ex-ministros
de Dilma também estarão lá. O cantor e compositor Chico Buarque também foi
convidado. Movimentos sociais convocaram uma caminhada do Palácio do Alvorada,
residência da presidente afastada, à praça dos Três Poderes. Dilma será
recebida com flores pelos apoiadores na chegada ao Senado. O presidente
interino, Michel Temer,
deve acompanhar o discurso da ex-colega de chapa do
Palácio do Planalto. A sessão está marcada para começar às 9h.
(Bol)