A mudança de comportamento do filho de dois anos e nove
meses levou um casal à Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Dcav) do Rio
de Janeiro na quinta-feira (28). Segundo a mãe, a criança de repente passou a
pedir aos pais para que tirassem foto de seu pênis e lhes perguntava se o órgão
era grande enquanto segurava um telefone celular. A princípio, a
mãe não se preocupou com o comportamento diferente, mas se assustou ao ver
uma reportagem sobre a prisão de Tatiana Mara Araújo, de 39 anos, professora da
creche de seu filho, e o advogado Roberto Melvar Paz, 63, sob acusação de
pedofilia. Como ela, outros pais que identificaram crianças nas
fotografias do acusado foram à delegacia denunciar. “Quando vi que a
mulher acusada era professora da creche do meu filho, associei o comportamento
dele ao caso. Na mesma hora perguntei: ‘Filho, a tia fez foto do seu lulu?’ Ele
me respondeu que sim”, denunciou a mãe do menino. Titular da Dcav, a
delegada Cristiana Bento busca informações para explicar o caso, que chegou a
ela por meio de uma denúncia anônima. “Parece que estamos diante de uma
grande rede de pedófilos. A professora ficava amiga das mães para ganhar a
confiança delas e ter acesso às crianças para entregá-las ao advogado”,
afirmou. Um total de 12 agentes foi mobilizado para o caso. O material apreendido
causou revolta entre os policiais: dois HDs externos de computador cheios
de fotografias com crianças de até oito anos em cenas de sexo e dezenas de
calcinhas infantis, que foram encontrados com Paz. Os agentes continuarão as
investigações para buscar outros envolvidos com o que pode ser uma quadrilha
criminosa concentrada nesse tipo de delito. Até a noite de quinta-feira
(28) a professora continuava presa. Na opinião dos investigadores, ela teria
outras informações para fornecer. “Vamos tentar tirar mais informações
dela porque há um forte indício de que estamos lidando com uma rede
especializada em pedofilia”, disse um policial.
(O Dia)