Já caminhando para o meio dia, o sol insiste
atrevidamente em invadir o lugar onde estou e iluminá-lo sem ser chamado. É
sábado. Pela força dos raios invadindo e aquecendo a mim, acaba dando preguiça.
Em casa, em pleno sábado, é uma dádiva. Os afazeres domésticos já foram executados e
agora, quase nada para fazer. Seria uma boa manhã pra ter acordado com alguém
especial ao lado. No entanto, vejo o travesseiro intocado, e um certo
cheiro de perfume no ar. Viro-me para o outro lado e fujo.
Creio que não devo levantar agora. Cara amassada, preguiça, imperfeição, uma
espécie de roleta russa onde, de todos os projéteis, apenas um não foi
disparado. A probabilidade de não sair machucado é mínima. Cubro a cabeça com o
lençol, sem me importar com o calor que faz. Tipo “esconder-se de si mesmo”. Uma
espécie de calabouço. Busco saber que horas são, e descubro que é mais tarde do
que eu imaginava. Uma espécie de ressaca faz pensar. Recolho-me ou salto?
Tento entender o que fiz de errado, talvez
encontrar culpados para essa preguiça maldita que não me tira da cama. Decidi: preciso
de um banho. Renovar as energias e encarar um final de semana de
possibilidades. Um sorriso de canto surge na boca , como se tivesse desdenhando
de uma piada mal contata sobre mim mesmo. O sol tomou conta completamente espaço,
me expulsando do loca. Fecho os olhos agradecendo esse incentivo.
Já vou ai
fora curtir você, sol!