Na última sessão da Câmara Municipal, o presidente do legislativo, vereador
Adriano do Postinho (PRP), “tecendo comentários”, sobre a notícia de que o MP
abriu inquérito civil para apurar inclusive vereadores, em eventuais
responsabilidades no caso dos cargos comissionados ilegais que levaram à
decisão do TJ em decretar a inconstitucionalidade de dispositivos da lei
municipal que os criou.
Depois, por uma nova lei, se buscou “ajeitar” a
situação para manter os amigos do poder nos postos. Adriano disse que se
tratavam apenas de dois cargos. O jornal local Pedra de Fogo, em sua última
edição, trouxe idêntica informação sobre a fala do presidente.
Já escrevi antes a respeito. Os simplórios “apenas
dois cargos” de que falou Adriano da tribuna da Câmara, foram na verdade 41
cargos de confiança criados e assim distribuídos em 2013:
Cargo
|
Quant.
|
Salário/mês
|
Total
|
Assessor
Esp. Cont. Convênios
|
1
|
3.976,15
|
3.976,15
|
Diretor
II
|
24
|
2.500,00
|
60.000,00
|
Diretor
III
|
11
|
2.000,00
|
22.000,00
|
Diretor
IV
|
5
|
1.580,00
|
7.900,00
|
TOTAIS
|
41
|
|
93.876,15
|
Cabe lembrar que o nobre vereador Adriano votou a favor
tanto do primeiro, quanto do segundo projeto que proporcionaram, numa espécie
de dança das leis, a situação que levou o MP a mergulhar numa investigação a
respeito.
O presidente da Câmara esqueceu o texto do
projeto que aprovou, ou não se deu ao trabalho de ler, no afogadilho de sempre
que o prefeito Camargo (PSB) impõe aos seus projetos e os vereadores, salvo as
raríssimas exceções de sempre, aceitam de bom grato? Afinal, até pelo grau de
responsabilidade, é bom os edis terem um pouco mais de cuidado com as palavras.
A desinformação deliberada e proposital pode se caracterizar numa triste e
lamentável inversão da verdade.
Reginaldo
Monteiro