18 abril 2015

OPINIÃO: Pior que está, pode ficar

Melhor não dizer nunca "pior que está não fica". Se alguém escuta, vai se esforçar para mostrar que este conceito é errado, porque o fundo do poço pode ser mais embaixo do que imaginamos. A lei de Murphy diz: “Se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível”.
O que se ouviu na fatídica sessão extraordinária da câmara municipal de Pederneiras, realizada “na calada da tarde” desta sexta-feira (17), que concedeu um substancial reajuste de 3% aos servidores municipais, leva a imaginar que a situação da administração comandada pelo prefeito Camargo (PSB) vai de mal a pior. E não adianta tentar regionalizar ou nacionalizar uma crise que é local. Assim como há administradores que tanto aceleraram o veículo sem observar a quantidade do combustível que acabaram ficando no meio da estrada, também há os prudentes, os que observam não apenas o sinalizador de combustível, mas o que indica temperatura e outros componentes, possibilitando cruzar o trajeto com alguma segurança.
Se o quadro exposto por alguns vereadores pederneirenses ontem refletir a realidade, deveria ter-se adotado a prudência, o que, no caso, o prefeito Camargo não teria observado e, por isso, a coisa ficou feia. Mas por ser feia, empurrar nas costas do funcionalismo a responsabilidade do pesado fardo, é inaceitável. Exigir o sacrifício alheio sem impor a si mesmo qualquer participação na medida, é irracional.
Que tal se administração que ai está pensasse em enxugar a máquina administrativa? Enxugar a máquina significa melhorar os sistemas de informação do serviço público, diminuir o número de secretarias, exonerar a maioria dos servidores guindados sem concurso público - enxugar a máquina significaria admitir pessoas pela competência e não apenas pela indicação -, contratar gente mediante concurso público. Além disso, necessário buscar otimizar a prestação de serviço com menos recursos humanos. Racionalizar viagens, diárias e outras despesas extras. Buscar parcerias que possibilitem não ter que bancar sozinho grandes eventos artísticos ou culturais.
Reduzindo custos, a administração municipal poderia redirecionar recursos não apenas para remunerar melhor os funcionários, mas para outros campos, como saúde e infraestrutura. Com a redução, certamente a economia do poder público poderia minimizar as despesas correntes. Como há sempre meninos não dispostos a apertar o cinto, corremos sério risco de ver agravados ainda mais os problemas, que podem atingir a todos.

Reginaldo Monteiro
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