Três dias depois da declaração do ex-presidente Fernando Henrique
Cardozo (PSDB), que pediu cautela sobre o possível pedido de impeachment da
presidente Dilma Rousseff (PT), o presidente do PSDB e senador Aécio Neves
abandonou o silêncio e comentou o assunto. "Nós só avançaremos nesta
proposição no momento em que tivermos consistência nesta análise", afirmou.
A demora no posicionamento de Aécio sobre a declaração de FHC, que disse
que não se pode pedir o impeachment da presidente com base em "tese",
desagradou parte do PSDB. O senador Cássio Cunha Lima estranhou o silêncio
e cobrou uma reação: "Ele [Aécio] não pode ficar de fora do movimento
porque senão perdemos a força. Nós somos oposição e temos o papel de
representá-la". Segundo Cunha Lima, o partido vai intensificar a
artilharia pra cima do governo com o objetivo de minar a estabilidade da
presidente Dilma. Uma das frentes será o Supremo Tribunal Federal (STF). No ano
passado, o PSDB encaminhou entrou com uma Ação de Impugnação de Mandato
Eleitoral (AIME) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acusando a campanha da
então candidata Dilma Rousseff de ter usado a máquina pública a seu favor. a
ação foi encaminhada a ministra Maria Thereza Rocha de Assis Moura, do
TSE, que decidiu pelo arquivamento. Logo depois, os tucanos recorreram da
decisão da ministra junto ao STF e a ação aguarda a apreciação do ministro
Gilmar Mendes (do STF). "Nova eleição é o melhor caminho",
defendeu Cássio Cunha Lima. A oposição acredita que a única forma de tirar
Dilma será por meio de crime eleitoral.
(IG)