O post de uma jovem de 20 anos repercutiu negativamente nas
redes sociais nesta terça-feira, 24. Grávida de cinco meses, ela trabalha como
diarista em Poconé, no Mato Grosso do Sul (MS) e publicou no domingo, 22, em um
grupo destinado à venda de produtos usados que doaria seu bebê. Ela disse, em
entrevista ao G1 do MS, que, após o anúncio, 'arrumou' uma mulher para ficar
com a criança assim que nascer. "Não quero ficar com o bebê porque não
tenho condições de cuidar. Já tenho outros dois filhos que ficam comigo",
afirmou. Em postagens na internet, disse que descobriu a gravidez somente no
último dia 16 e que preferia doar o filho a abortar. O anúncio postado no
domingo diz: 'Procuro um casal para adotar um bebê. Estou grávida, não tenho
condições de criá-lo. Se alguém se interessar, me ligue'. Após a mensagem, ela
deixou um número de telefone. Várias pessoas fizeram comentários e questionaram
o motivo pelo qual ela não queria o bebê e a resposta foi de que a criança
atrapalharia a vida dela. Segundo o promotor que atua na Vara da Infância e
Juventude de Cuiabá, José Antônio Borges a jovem não cometeu nenhum crime ao
anunciar o interesse em doar o filho. "Esse tipo de doação não pode ser
criminalizada. Crime é jogar no lixo", afirmou. Ele disse que ela deveria
receber acompanhamento psicológico durante a gravidez. Ainda de acordo com o
promotor, ela não poderá doar o filho sem o consentimento da Justiça. Borges
explicou que é comum mães manifestarem interesse em doar os bebês ainda na
gravidez. Nestes casos, a gestação deve ser acompanhada e, depois do
nascimento, a criança é levada para um abrigo. A adoção será concedida a uma
pessoa que já estiver na fila dentro dos critérios legais. Parentes da mãe,
menos os avós, também poderão adotar o bebê.
(A Tarde)