20 fevereiro 2015

INTROSPECÇÃO: Pensando a política

É fato que existe uma certa ojeriza das pessoas quando temos que tocar no assunto POLÍTICA. Mas é impossível qualquer convivência humana sem uma relação política. Muitas pessoas misturam o que entendem como política partidária da expressão política em si, que em suma quer dizer a arte de se relacionar e conviver bem com o que há em seu redor.

Fazer política então, é viver de forma harmônica com tudo e com todos. Quem não quer e/ou não precisa disso?  Existe uma palavra que é irmã do termo "política", mas ao contrário dessa é sempre muito bem aceita e reconhecia: CIDADANIA. Quando falamos que precisamos exercer nossa cidadania, respeitamos nossos direitos e deveres no processo como um todo. Já quando falamos que precisamos fazer política, entendemos como algo ruim e recheado de conchavos, roubalheiras e coisas do gênero. Mas é bom não esquecer: Política e Cidadania são rigorosamente a mesma coisa.

Na Grécia antiga, quando a pessoa participava ativamente das decisões que envolviam a coletividade, se dizia que era um cidadão "político". Mas, quando tinha esse direito e abria mão dele se isolando da sociedade, ganhava um outro nome: "Idiota" (Idiotés). Para os Gregos então, aquele que era egoísta e se isolava da vida social era um idiota. Essa seria a origem desse termo que na Psiquiatria ganhou uma nova concepção: o idiota é aquele que sofre de "idiotia", que é o diagnóstico atribuído ao indivíduo mentalmente deficiente, com grau avançado de atraso mental, ligado a lesões cerebrais.

A arte de governar exige certas qualidades que capacitam mais a uns que a outros. Hoje, existem muitos trabalhos acadêmicos que mostram a diferença significativa que existe entre ser chefe e ser líder - entre ter poder e ter autoridade -, entre conhecer e administrar saberes. Essa última, creio ser inclusive indispensável para quem quer ocupar um cargo no poder executivo e no poder legislativo. Explico: Não precisamos dominar todos os assuntos, mas precisamos articular, buscar, relacionar todos os saberes que se apresentam de forma difusa e fragmentada, fazendo com que componham um quadro que beneficie a todos.  O conhecimento está aí, disponível a qualquer um, inclusive nas redes sociais. O difícil é alguém que tenha habilidade de converter e trabalhar esses dados  para o benefício de outras pessoas. Relacionamento é a grande habilidade do ser político.

Política não é só história. É óbvio que as realizações do passado ajudam nas escolhas que podemos fazer no futuro. Mas a vida é um processo dinâmico. Tão ou mais importante do que o que já foi feito, é o que ainda se faz e o que se propõe fazer no futuro. Existem muitos políticos que hoje vivem apenas dos frutos do que semearam no passado, e isso pode ser perigoso. Afinal, sob a capa do "passado" se gabaritam para um futuro que nem sempre estarão dispostos a por ele lutar. É aquela história: "meia verdade em muitos casos é pior do que a mentira, porque existe algo de verdadeiro que a sustente enquanto vai matando a realidade...". 

Isso é para se pensar!
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