O novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, terá autonomia plena
para reorganizar as contas públicas. Assim que assumir o cargo, nesta
sexta-feira, ele deve anunciar um conjunto de medidas fiscais. Uma delas será a
volta da Cide, um imposto que incide sobre a gasolina e contribui, também, para
tornar o etanol mais competitivo, podendo gerar receita extra de R$ 14 bilhões
por ano. Levy esteve ontem em Brasília, onde se reuniu longamente com a
presidente Dilma Rousseff. Ficou acertado que ele terá autonomia plena para
montar sua equipe e, também, para fazer o que julgar necessário no campo
fiscal. Essa postura nova da presidente é coerente com seu discurso da vitória,
em que ele prometeu mudanças não apenas nas políticas de governo, mas em seu
próprio estilo pessoal – o que deve agradar investidores. Desde a reeleição, a
presidente Dilma está operando no tempo que ela própria definiu para redesenhar
a política econômica do seu novo governo. Ciente das sinalizações que precisa
dar ao mercado, mas sem se deixar pressionar por ele, a presidente atua dentro
de uma estratégia muito própria, construída para que os bons resultados na economia
não tardem a aparecer. Primeiro, Dilma deixou que, informalmente, os nomes dos
integrantes da equipe vazassem. Assim vieram à tona as especulações em torno
de Joaquim Levy, Nelson Barbosa e Alexandre Tombini. A repercussão foi
boa, embora tenha havido reclamações de alguns setores do PT, aresta essa que a
presidente já trabalha para aparar. Ela então passou ao segundo tópico, que
está sendo posto em prática neste momento: a mudança do superávit primário.
(Tribuna Hoje)